Qual foi o melhor ano de sua vida profissional?

Essa é uma pergunta que me faço vez por outra. Tento respondê-la sempre apontando para o próximo ano! Como ensinava o querido e saudoso historiador baiano, Cid Teixeira, um homem envelhece quando tem mais estórias para contar do que planos a realizar.

Deixando essa questão de lado e olhando apenas para o passado, todo mundo que almeja evoluir na carreira deve se perguntar, de vez em quando, qual foi o melhor ano de sua vida profissional.

Algumas abordagens para responder a essa questão:

– Se já faz mais de três anos que você teve seu melhor ano, preocupe-se: você pode estar estagnado e não ter percebido. Falta de motivação, rotina repetitiva e pouco espaço na sua mente para planejar o futuro, todos esses sintomas indicam que você virou um funcionário, assim como as máquinas que apenas funcionam.

– Há quanto tempo, você não enfrenta um novo desafio? Desafios importantes provocam nossa evolução, tirando-nos da zona de conforto.

– Quando você fecha os olhos e repassa a trajetória de sua vida e se compara consigo mesmo, você percebe uma clara evolução e consegue correlacioná-la a alguns eventos específicos?

– Quando foi a última vez que você sentiu profundo orgulho de si mesmo por ter conquistado algo admirável?

– Há quanto tempo, você não faz algo muito diferente em sua rotina? Uma viagem, uma maratona, mudar de trabalho, de empresa ou mesmo fazer um dos caminhos de Santiago de Campostela? Nossa rotina precisa abrigar e conter sempre uma coisa nova e diferente.

Poderia continuar a sugerir possíveis abordagens, mas todas elas derivam de algo essencial: o quanto o futuro ocupa seu presente? Ouvimos tanto que precisamos sempre estar presentes, quase escravizados pelo mantra “do aqui e do agora” que parece até errado estarmos projetando nossa visão de futuro!

O melhor ano de minha vida profissional deveria ser sempre o último que irá ser superado pelo ano que vem. Assim, evoluímos e avançamos em nossa vida profissional. O futuro, devemos fazer aqui e agora.

É claro que ao olharmos para trás, alguns anos saltam da memória com mais força. Quase todos os anos que me marcaram estão relacionados com fortes mudanças. Pode ser mudar de cidade, de empresa ou de área de trabalho. Pode ser colocar uma inovação em prática ou até mesmo estar associado a uma importante expansão dos negócios. Mas, seguramente, estará sempre associado a algo diferente que aconteça. A repetição aliena, só o novo nos motiva!

Com quase cinquenta anos de trabalho e quarenta de liderança, poderia destacar inúmeros anos maravilhosos que me fizeram mudar. Mudar de verdade, não apenas uma melhoria. Passando em revista, percebo também que o fracasso quando não nos destrói, nos fortalece e nos ajuda a evoluir.

Formei-me no Rio de Janeiro, mudei para Ribeirão Preto, trabalhei com alemães, mudei para Salvador, vivi a Bahia; mudei para São Paulo e quase o mundo todo conheci. Minha mulher é uma viajante incansável e sempre tento acompanhá-la. Não podemos parar. Lembro-me de Augusto de Campos, “quis mudar tudo, mudei tudo, agora, pós tudo, ex tudo, mudo”.

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