Experiência: para que serve, afinal?

Estou completando quase meio século de experiencia profissional. Fico lembrando de cada desafio, cada sucesso e, sobretudo, cada fracasso, pois são eles os melhores mestres. O sucesso ilude, o fracasso ensina.

Envelhecemos quando temos mais estórias para contar do que planos a realizar. Experiência serve para repetir melhorando o que deu certo e evitar a repetição do erro. Essa é a maior serventia da experiência. “O erro é produto da especulação, a experiência jamais engana”, preconizava Maquiavel

Quando nos percebemos experientes? Por certo, quando dominamos os processos de nossa rotina. E quando, a experiência atrapalha ou ajuda? Por certo, quando nossa atitude envelhece, nossa experiencia perde valor, assim como, Pedro Nava a descrevia: a experiência é um farol voltado para trás. Quando a experiência não nos retira o desejo curioso, quase infantil, de vislumbrar o novo, aí sim, a experiência potencializa seu valor.

Qual é a palavra que poderia descrever uma pessoa experiente que não perdeu sua alma curiosa de criança?

Clarice Lispector sugeria que palavras são iscas, tentando pescar o que não é palavra, o que fica nas entrelinhas, algum novo significado. Quando isso acontece, a mesma “palavra-isca” poderia ser descartada. E como seria possível entender o que não foi dito? Isso só acontece a partir da experiência de quem lê.

A experiência desejada é a que não apenas repete, mas a que provoca evolução. Da combinação da palavra experiência com a palavra curiosidade, podemos fisgar um conceito de experiência inovadora.

Perdi as contas de quantas pessoas entrevistei nos processos seletivos de nossas empresas. Sempre tento conhecer a pessoa antes do profissional. Para as posições de liderança, procuro pelo binômio “juventude e experiência” e verificar se o candidato tem essa atitude. Se ele se mantém jovem (curioso, independentemente da idade) e detém conhecimento processual da rotina do cargo.

Em nossos Processos de Capacitação da Liderança, o conceito de “Experiência Inovadora” serve como base para selecionar as disciplinas que podem provocar e acentuar nos líderes essa atitude. Curiosidade, Criatividade e Inovação formam o primeiro eixo. Conhecimento, processos, métodos qualitativos e quantitativos devem determinar outro viés de desenvolvimento dos líderes.

Assim, respondendo à pergunta do título do artigo, a experiência serve apenas quando ela é o maior vetor de inovação.

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