Ando à procura de um jovem talento

Peguei-me em uma intensa e interessante discussão com um dos meus sócios em nossa empresa desenvolvedora de projetos de energia renovável sobre que tipo de colaborador deveríamos procurar. A vaga é para um jovem líder de negócios.

“Ele deve ser talentoso, ter coragem e sorte”, disse-me ele com seu impetuoso perfil empreendedor. “Precisa mais do que avaliar, tem que gostar de risco”. Para ele, todo jovem a ser contratado tem que ser, antes de tudo um empreendedor, um empresário que quer arriscar sua sorte conosco. Concordo, eu gosto disso.

Porém, com um perfil mais conservador, perguntei em que nível de importância viriam formação acadêmica, conhecimentos geral e específico, valores e caráter. Antes do profissional, sempre avalio a pessoa. Além do mais, qual processo seletivo pode avaliar quem tem ou não tem sorte? É possível arriscar, mas não asseverar.

Em um mundo que afloram exemplos de empresários bem-sucedidos que não terminaram sua formação acadêmica ou sequer passaram perto de boas (ou nem tão boas) Universidades, sinto que há em mim uma tendência de ainda sobrevalorizar a educação formal, quase como um clássico do mainstream das áreas de Recrutamento & Seleção. É bem mais fácil identificar questões objetivas como a trajetória escolar do candidato e sua experiencia do que seu potencial empreendedor. Reconheço que essa posição vem mudando.

Quando contrato um jovem, tenho a intenção de que seja para sempre. Todos os meus sócios brasileiros começaram suas respectivas trajetórias profissionais comigo e isso é um dos maiores ativos relacionais de que me orgulho possuir. É muita pureza da minha parte, mas é verdade. Sinto-me frustrado quando vejo um jovem talento se desligar de nossas empresas. Tenho sempre a ideia de que falhamos em alguma coisa ou em algum momento. Com tanto tempo lidando com jovens lideranças talentosas, acredito que apenas a sociedade planejada seja capaz de retê-los sem limitação de prazo.

Como alguém empreendedor pode trabalhar com um vínculo empregatício lastreado na CLT? Chega a ser risível. A CLT não foi feita para orientar jovens talentosos e ambiciosos. Como dar participação de resultados e na própria empresa e não se enganar ou se arrepender? Qual é o timing certo? Existem muitas experiencias no Brasil. Poucas exitosas no longo prazo.

Gosto de utilizar a velha e boa dialética como ferramenta de análise na tentativa de desantagonizar características, por vezes, aparentemente opostas:  Arrojo versus Prudência, Coragem versus Racionalidade, Empreendedorismo versus burocracia: o que, afinal, você quer para a sua empresa? Contratei líderes que se revelaram muito aquém na hora das boas decisões. Sem comprometimento no longo prazo, as decisões valiosas são empobrecidas pela atitude de obter resultados imediatos. Precisamos equilibrar o perfil para uma relação consistente.

Ser uma pessoa interessante, curiosa, com vontade de fazer diferença e querer prosperar: essas são características que eu destacaria no momento de definir por um ou outro jovem líder, todas lastreadas pelo seu caráter.

Neste momento, estou procurando um jovem talento na área de energia renovável. Se você se identificou com o perfil descrito, por favor me envie uma mensagem no LinkedIn. Um jovem talento é muito valioso.

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