Você é jovem ou já envelheceu?

Lidar com o tempo é o maior desafio de nossa existência. Vivemos a maior parte de nossa vida sem pensar sobre o tema, e muitos de nós partem sem jamais terem pensado.

Nossas primeiras crises existenciais acontecem na adolescência quando começamos a lidar com as questões essenciais da vida. Busca de propósitos, de como lidar com o outro, com a rotina, com tudo que nos cerca e, o mais importante, de como lidar com nossa própria ignorância acerca de nós mesmos.

Vivemos mais empurrados do que pelos nossos próprios passos, nossa própria autodeterminação.

Para muitos, o tempo é como uma caminhada, subindo uma montanha com a ilusão de que avançamos sem saber ao certo do momento que nossos passos já não apontam para cima. As circunstâncias são de difícil leitura, as necessidades se sobrepõem aos desejos e o tempo passa sem a percepção que estejamos evoluindo. A sobrevivência nos toma a mente e os propósitos.

Envelhecemos quando temos mais estórias para contar do que planos a realizar; só não percebemos.

Nas empresas não é muito diferente. As empresas nascem a partir de um desejo, de um sonho, uma visão ou uma oportunidade. Algumas poucas avançam, vencem as doenças da infância, se tornam grandes empresas, mas as questões existenciais permanecem como um desafio sobre como lidar com o tempo. Elas envelhecem quando apenas repetem as ações que lhe fizeram prosperar no passado.

Empreender e viver é assumir riscos. Não me surpreende as pessoas que só pensam em se aposentar (imaginando que viverão na ilusão de viverem sem riscos), empresas que querem manter o status quo, repetindo estórias velhas.  O mundo tornou-se uma zona de desconforto superlativo e envelhecemos quando não queremos mais habitar nesse desconforto.

É natural que com o passar da idade, você queira mais a zona de conforto, diminuir riscos e sentir-se seguro. Entretanto, não caminhamos nessa direção. A volatilidade é crescente e o envelhecimento, nos moldes antigos, tornou-se artigo de luxo.

Nas empresas também não é diferente.

O grau tecnológico avança em sua sanha exponencial, mas o grau de nossa humanidade ainda permanece nas cavernas que deram origem a linguagem e ao sapiens.

Temos o mesmo fantástico desfio a ser colocado em nossa vida nas duas dimensões, a do coletivo e a do individual: estamos numa empresa que envelheceu ou numa empresa jovem, independentemente da sua idade? Somos ainda jovens ou envelhecemos na empresa em que trabalhamos?

Somos jovens numa empresa velha ou somos velhos numa empresa jovem? Qual é a sua circunstância? É importante, além da luta pela sobrevivência, termos um link (um umbigo, gostaria de dizer) entre o futuro e a perspectiva de desejo.

Independentemente da sua idade e da idade de sua empresa, quem de vocês envelheceu?

Nas relações humanas há sempre tempo para rejuvenescer.

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