Um problema é quase sempre uma oportunidade oculta. Cabe a cada um, dependendo de seu estágio evolutivo, perceber a oportunidade mais facilmente ou não.
Um problema é um desejo que não se realiza ou uma meta não cumprida em qualquer dos planos de nossa vida.
Ao termos um problema, temos as mais diversas reações. Quando somos jovens, em nossa fase inicial de evolução, nosso primeiro impulso é encontrar alguém responsável por ele. Pode ser o chefe, o cônjuge, alguém da equipe, o governo, culpamos qualquer um, menos a nós mesmos. É um estágio muito inicial de evolução. Nesse estágio, reagimos mais (ou só) com as emoções, raiva, quase sempre.
Quando damos um passo a frente, já começamos a não reagir prontamente. O silencio é um bom conselheiro nessa estrada evolutiva. Antes de reagir, devemos calar e pensar: porque tenho esse problema e, pior, porque ele se repete?
Ao refletirmos sobre as causas do problema, podemos sempre identificar fatores externos a nós mesmos com os quais podemos lidar, resolvê-los, evitá-los ou mesmo abandoná-los, pois, em alguns casos, não há solução. Mas, o mais importante, que marca a esquina da evolução, é quando percebemos e aceitamos que a causa principal da recorrência de um problema está dentro de nós. Nós somos os maiores, talvez os únicos responsáveis por todos os nossos problemas. O autoconhecimento é o maior solucionador de problemas.
Todo problema tem um quadro externo diante de nós, mas tem raízes dentro de nós. Enquanto tratarmos apenas dos agentes externos a nós, não evoluímos. Eu sou o maior responsável por todos os meus problemas e, sobretudo, pela recorrência de alguns deles.
Nas empresas, na alfabetização gerencial sobre gestão de processos, somos ensinados que problema é uma meta não atingida. É claro que este ensinamento não traz reflexões mais profundas ou diversas. É um ensinamento útil, como dominar as quatro operações. O que me motiva, além disso, é provocar a evolução da pessoa e não apenas a evolução do profissional.
A inovação, a disrupção e o futuro estão mais em enxergar os problemas como um convite ao novo e não como algo indesejável.
Continuando nosso processo evolutivo, já não procuramos culpados, não reajo apenas emocionalmente, tenho o silencio como conselheiro das minhas reflexões, aceitei que eu sou o responsável sobre os meus problemas, cabe dar o passo seguinte: descobrir a oportunidade oculta que cada problema pode oferecer.
A meta de vendas não atingida pode descortinar novas frentes a serem exploradas, de segmentos e de regiões. A meta de produção que não é alcançada há meses pode estar escondendo questões relacionais entre a operação e a manutenção que a organização não consegue resolver. Mesmo a minha estratégia que deu certo durante anos e já mostra certos problemas na conjuntura atual (cada dia, mais volátil) poderá, se refeita, trazer o novo para a organização.
Esse mesmo raciocínio se aplica em qualquer dos campos de nossas vidas. Um problema é sempre uma oportunidade oculta que nosso estágio evolutivo pode perceber ou não.
Se evoluo, terei mais oportunidades do que problemas.