No início de março, terminamos o primeiro ciclo de 2021 de mentoria em nossa empresa de prestação de serviços com o tema “motivação e liderança” e pudemos discutir diversos conceitos e práticas.
Cerca de quarenta colaboradores (líderes e potenciais líderes) participam, em quatro turmas, desse programa de Mentoria. Na grande maioria, jovens.
Até que ponto, como líderes, conseguimos motivar nossos liderados?
A motivação vem de fora ou vem de dentro? A abordagem de Maslow, hierarquizando necessidades ainda pode traduzir o que os jovens pensam e aspiram?
Todas essas questões foram debatidas, pesquisadas e tento compartilhar agora alguns resultados com vocês:
- A motivação vem de dentro ou de fora?
Ela vem de dentro, quase unanimemente, concluímos. O que vem de fora é efêmero e limitado. O caminho do autoconhecimento, tão abandonado, é o que pode identificar a fonte da motivação em nós.
Aproveitando o momento, preciso perguntar: O que é que lhe motiva? Tem se feito essa pergunta? O seu líder participa apenas um pouco na sua vida, ele tem esse poder lhe motivar? Até que ponto?
A única pessoa que pode se motivar é ela própria. O líder pode mais desmotivar do que que motivar, concluímos.
- É o futuro a fonte de motivação?
Raramente, alguém deseja ter um futuro igual ao passado. Os jovens têm no futuro uma fonte infinita de motivação. Sim, é a partir do agora que a energia do futuro se estabelece. “Devemos ter mais planos a realizar do que estórias para contar. Sempre”. A fonte da motivação tem origem no que está por vir, não no que já passou. “Você quer ter um futuro melhor do que o passado?” Cem por cento das pessoas querem melhorar o que está por vir. Até que ponto, a liderança consegue alcançar essa dimensão motivacional? Quando ela compartilha e comunga uma visão de futuro, ela energiza a circunstância, mas não vai muito além disso, já que a motivação vem de dentro.
- O exemplo motiva? Onde está a origem da motivação?
Nossa motivação tem raízes na capacidade de fazermos coisas que serão admiradas pelas pessoas que admiramos e amamos. Simples assim. Se fizermos e atingirmos o que foi combinado (ou até surpreendermos) e o reconhecimento surgir de forma espontânea, a real motivação acontece. A motivação vai além dos sentidos, é anímico. É o sentimento do propósito cumprido e reconhecido.
- Um ser corajoso, de muitos saberes, com visão de futuro e de fácil empatia: qual é o mais motivador?
Claro que todos! Mas, é raro e difícil de encontrar. O que temos como líderes são pessoas de carne e osso, com seus próprios problemas, sem maiores encantamentos, muitas vezes, mais identificados com o estereótipo do “chefe” e que precisam ser reciclados (mesmo que eles próprios não se reconheçam como tal). Esse é o mundo real. Não existem escolas de líderes além da vida e da disposição humilde para o caminho do autoconhecimento.
Despertar a empatia das visões de futuro do coletivo e do indivíduo, esse é papel essencial do líder que consegue motivar, por menor que seja, a motivação em seus liderados.
Sem o autoconhecimento, sem ouvir com respeito profundo, sem ser capaz de ligar as circunstâncias à verdade, o líder terá uma influência limitada e nada motivadora.
Autor: Murilo Sampaio