A metáfora predominante da minha vida é LUTA. Vida é luta. Todos temos nossas metáforas “preferidas pelo inconsciente”. Com muita evolução, alguns de nós conseguem perceber qual é a sua e, mais ainda, se é possível mudá-la.
O interessante é que, muitos de nós vivem suas metáforas, seja em que dimensão for, familiar, relacional ou profissional, ela está presente sem que tenhamos clara consciência disso.
Às vezes acho que somos mais as nossas metáforas do que nós mesmos ou o que conhecemos de nós.
Nas organizações que lideramos, nossas metáforas estão lá conosco, não nos abandonam. Mudam de nome, a ideia que os outros têm de nós não é a ideia que temos de nós mesmos. Os outros reconhecem nossas metáforas mais facilmente do que nós mesmos….
Minha metáfora é uma caixa forte de banco, que adora a segurança, ou uma asa delta que prefere o risco nos voos da cabeça do Badezir?
Não escolhemos as metáforas que nos sustentam. Conhecê-las é conhecer a si próprio. Vivemos a vida sem jogar tempo nessa questão essencial.
Esse aspecto de nossa personalidade está inexoravelmente ligado ao perfil de liderança que exercemos. Se somos uma pessoa contida, metáfora da “sala de espera”, seremos um líder processual, by the book. Se, ao contrário, somos uma pessoa atirada, aventureira até, poderemos ser líderes visionários, mesmo que não consigamos entregar o que antevemos.
Quase todos que me seguem aqui no LinkedIn, assim vejo, querem ser líderes de suas organizações ou de suas ideias. Querem um futuro melhor do que o passado (nunca encontrei uma pessoa que não quisesse, mas quase sempre encontro pessoas repetindo o passado, torcendo por melhores resultados).
Olhar o mar, o Atlântico em nosso caso, olhar sem pressa, com vontade de nos vermos no horizonte, imaginando (e vendo) o futuro é o melhor exercício conselheiro que encontrei ao longo da vida. Nunca desperdice um olhar de cinco minutos pro horizonte. Um olhar sereno do silencio e atemporal é o atalho mais recomendável para conhecer a si próprio e as nossas metáforas.
Somos mais performantes e sustentáveis quanto mais olhamos para o Atlântico. No paradigma anterior, ser rápido, responder rapidamente, era algo elogiável. Hoje, não é mais assim. A vida é mais Abebe Bikila do que Bem Johnson.
A você, líder de um grupo, de um departamento, de uma empresa, de um grupo de empresas ou de uma federação de empresas, você tem feito esse simples exercício: quais são suas metáforas e com que frequência, você olha o Atlântico?