A evolução helicoidal

Minha vida é minha evolução. Espiritual, emocional e intelectualmente. Ser a cada dia um pouco melhor do que fui ontem. E como evoluímos? Uma vida sem arrependimentos é uma vida sem evolução. Podemos compreender nossos erros, mas jamais deixar de reconhecê-los.

Evoluímos com pequenos e grandes fracassos. Um fracasso nos faz potencializar novos movimentos e avanços. Aquela tristeza e inconformismo por algo não ter funcionado a contento, se tivermos serenidade, honestidade e humildade, poderemos “dar a volta por cima”. Fracassos e sucessos, assim evoluímos.

Todos nós devemos ter fracassos o mais cedo na vida. Como dizia o saudoso professor João Bosco Lodi, “Um fracasso forte o suficiente para espicaçar nosso orgulho vão, mas não tanto para abalar nossa autoconfiança”. Fracassos podem ensinar e nos fortalecer. Evoluímos nessa helicoide de fracassos e sucessos.

Todos nós fracassamos em alguma situação. Com honestidade, eles são muito uteis para nossa evolução. Olhando para trás em minha longa caminhada, vejo que escolhas erradas foram responsáveis pelos meus maiores fracassos. Ter trabalhado em empresas equivocadas (com propósitos e valores diferentes), não ter sabido equilibrar as decisões de curto e longo prazo, não ter avaliado a real complexidade de determinadas situações ou mesmo tê-las subestimado pela minha própria soberba.

Um fracasso nos traz a ideia de um passo para trás, mas com a leitura correta, o fracasso nos fará avançar.

No mundo das coisas que tocamos, um simples parafuso para avançar um único passo precisa dar toda uma volta em torno de seu próprio eixo. Um mesmo ponto na helicoide (a rosca) para avançar, ele desce para em seguida subir. Sempre foi essa a leitura que tive dos meus fracassos. Caminho para frente subindo (sucessos) e descendo (fracasso).

Quanto mais duro o material penetrado pelo parafuso, menor é seu passo. Também, quanto mais macio for esse material, maior pode ser o passo. Levando esse raciocínio do mundo das coisas para o mundo da vida, poderíamos imaginar que quanto mais difícil o desafio, menor é o passo que podemos dar. A análise da complexidade da situação deve ser feita cuidadosamente para definirmos o tamanho do passo que podemos dar. Muitos erros de avaliação também nos levam a fracassos importantes.

O progresso acontece quando temos sucessos maiores e mais frequentes do que fracassos. Isso só é possível com a leitura inteligente dos fracassos. Uma pessoa inteligente procura aprender com os fracassos dos outros. Uma pessoa normal aprende com seus próprios erros. Uma pessoa que não evolui é aquela que não aprende nem com seus próprios erros, ensinava Bismark, o unificador alemão do século XIX.

Lembro-me do ciclo PDCA que tanto utilizamos na alfabetização da gestão de processos com a atitude da melhoria contínua. Da mesma forma, rodamos o ciclo com a ideia de que estaremos sempre evoluindo. A helicoide é uma curva que avança e assim deve ser a nossa evolução.

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