O que nos faz mudar de emprego?

Listo abaixo algumas situações indesejáveis que acontecem com frequência e que, se acumuladas, devem servir de reflexão sobre permanecer no mesmo trabalho ou se já chegou a hora de procurar novos rumos.

Não existe trabalho sem problemas inerentes ao próprio desenvolvimento da rotina, tudo isso é normal e faz parte da saudável resiliência que todos devemos cultivar. O que deve ser evitado é o deletério acúmulo de situações indesejáveis que pode nos desmotivar a continuar trabalhando no mesmo lugar. São eles:

1. Problemas que se repetem, precisamos de problemas novos. Um problema deve ser sempre encarado como uma oportunidade de evolução. Mas não a repetição dos mesmos problemas. Podem ser problemas técnicos ou gerenciais, os problemas precisam significar novos desafios e não apenas a repetição daquilo que não evolui.

2. A falta de perspectiva. Alimentamo-nos do futuro. Serve como combustível para turbinar nossa rotina. Um novo aprendizado, uma nova posição, uma transferência de área ou mesmo uma promoção. Ninguém deve ficar mais do que três anos fazendo as mesmas tarefas. Fique ligado com sua trajetória.

3. A falta de empatia com seu líder imediato. É um tema mais delicado do que importante. Deve exigir de cada um de nós uma dose maior de profissionalismo para impessoalizar a relação quando possível. É um tema muito sensível.

4. Falta de inovação. A inovação pode ser de diversas formas. Tecnológica ou organizacional, a inovação nos provoca crescimento. Não podemos permitir que nossa rotina seja dominada pelo “efeito de eco” que só nos emburrece e torna enfadonha nossa rotina.

5. Não gostar das segundas-feiras. Um sintoma perigoso é uma certa aversão às segundas-feiras. O retorno ao trabalho após os fins de semana precisa ser analisado e interpretado. O retorno ao trabalho deveria ser algo sempre positivo.

6. Excesso de reuniões inúteis. Estamos redefinindo permanentemente a rotina das organizações e o acúmulo de reuniões é algo a ser combatido. Via de regra, desmotivadoras, quando alongadas e frequentes impedem a construção de uma cultura competitiva e performante.

7. Não considerar as vantagens do trabalho híbrido. Tratar desse tópico sem preconceito ou personalismos pode aumentar em muito a eficiência e a motivação das equipes corporativas.

8. Não aprendo nada de novo há tempos. Esse item pode ter mais a ver com você do que com a própria empresa. Sua atitude de aprendiz não deve ser abandonada em qualquer circunstância mesmo quando a empresa não incentiva esse viés.

9. Não gosto da empresa, chego a detestá-la. Trabalho só pelo dinheiro. Nesses casos, o erro pode estar na origem da relação. Questões de identidade de valores podem não ter sido bem avaliadas. Quanto mais cedo essa separação puder ser equacionada, melhor.

10. O problema está em mim ou na empresa? Precisamos sempre ser honestos para avaliar se as dificuldades relacionais são causadas mesmo pela empresa. Qual é o nosso histórico relacional? O problema pode não estar nos outros.

11. Sou uma voz solitária na organização? De uma forma   geral, a percepção que tenho da empresa é compartilhada por boa parte dos colegas ou sou uma voz dissonante do conjunto? O juízo que faço da empresa é disseminado em seu tecido organizacional?

12. Há muita politicagem na empresa, grupos disputando o poder? Vácuos de poder deixam espaços a serem preenchidos por questões de alta entropia e de baixa evolução. É sempre bom estar atento a essa circunstância.

13. Existem dinâmicas, treinamentos ou educação para a inovação? E eu estou dentro? Inovação é a irrigação de nosso futuro. Sejam inovações de produtos e serviços ou na infraestrutura da empresa, cada um de nós precisa estar inserido nesse processo evolutivo.

14. Tenho orgulho em falar da empresa em que trabalho? Essa é uma questão definitiva sobre se estamos trabalhando ou não no lugar certo com perspectiva de evolução.

Resumindo, não sei definir um limite de itens, a partir do qual temos que mudar de emprego. Um item específico pode ter mais importância do que outros ou mesmo ser determinante (empatia de valores, por exemplo), mas essa lista sugere um exercício para saber se devemos continuar ou não onde trabalhamos. Acho que se as respostas negativas somarem mais da metade, talvez tenha chegado a hora (ou até passado) de redirecionar sua vida profissional.

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