Temos falado bastante sobre o homo sapiens e sua maior “criação”: a palavra.
Evoluir para dar significados aos sons emitidos pelo que viria a ser nosso sistema vocal, criar a linguagem, idiomas, culturas, enfim, tudo isso parece ser do que hoje nos rodeia.
Da palavra, o som produzido com significado, fez-se a mais poderosa das linguagens. Fomos gerando frases, sintaxes e estruturas de pensamento e organizações de comunicação. Idiomas, textos escritos, modelos civilizatórios, religiões, a ciência e até diferentes ideias de Deus foram concebidas. As sensações e sentimentos foram inventariados pelas antigas escrituras até chegarmos, digamos para efeito específico deste texto, à máquina a vapor, um símbolo importante da revolução tecnológica que viria. Dos sentimentos misteriosos da alma humana para a ciência aplicada à nossa rotina. A palavra tudo percorreu e percorre. A palavra é muito, não é tudo porém.
É comum para nós, ocidentais, ao investigarmos a origem de nossas palavras, esbarrarmos com os idiomas grego e latim, desdobramentos, a seu tempo, do alfabeto fenício e seus antecessores. Mas, quando investigamos a palavra “liderança”, não encontraremos sua raiz nos velhos textos. A palavra liderança, como se sabe, vem do inglês, lead (chumbo), que simbolicamente, tem o poder ao carregar uma arma de fogo.
Com o desenvolvimento da tecnologia, as inovações criadas geraram e continuam, mais do que nunca, a gerar novas palavras. A arma de fogo, de então, uma inovação tecnológica, acabaria criando uma palavra, leader, para quem a portasse. A tecnologia de hoje, mais do que os mistérios do início dos tempos do sapiens, virou uma usina de novas palavras para inventariar o mundo que criamos continuamente.
Assim, liderança, um de nossos temas de pesquisa permanente, é bom lembrar, já é uma palavra decorrente da inovação tecnológica.
Autor: Murilo Sampaio