Hegel: vida e obra (da coleção “Os pensadores”), extrato do prefácio (consultoria de Paulo Arantes, filósofo, USP).
Hegel e seu tempo: a cultura da idealização. Enquanto a França vivia uma revolução e “concretizava” a liberdade, se ocupava em fazê-la, a Alemanha, fragmentada, se ocupava com a ideia das coisas mais do que com as próprias coisas. Hegel é a última expressão desse idealismo cultural.
A liberdade para Hegel deve nascer do interior, antecipando-se como sentido de evolução.
O mundo dos fatos não é racional, mas tem que ser trazido à razão, isto é, uma forma na qual a realidade corresponda efetivamente à verdade.
REALIDADE, trabalhada pela RAZÃO gera a VERDADE. Será?
REALIDADE, “martelada” pela RAZÃO, através de ideias contrárias, DIALETIZADA, gera VERDADE.
Segundo Hegel, “Dialética é produzir e conceber a determinação, não como oposição e limite simplesmente, mas compreender e produzir por si mesma o conteúdo e o resultado positivos, à medida que, mediante esse processo, unicamente ela é desenvolvimento e progresso imanente. Essa dialética não é, senão a alma própria do conteúdo, que faz brotar, organizadamente, seus ramos e seus frutos.
O método dialético de Hegel sintetiza-se em algumas proposições, sendo as duas mais famosas:
- O que é racional é real e o que é real é racional
- O ser e o nada são uma só e mesma coisa.
Karl Ludwig Michelet, aproximando Hegel do Cristianismo, comparou a tríade dialética hegeliana (tese, antítese e síntese) à Trindade cristã (A Trindade ou Santíssima Trindade é a doutrina acolhida pela maioria das igrejas cristãs que professa a Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo).
Para leigos, não filósofos (como eu), quanto mais referência, melhor. Sempre, questionando-as.