Liderança e Capabilidade Dinâmica | Parte 2

A ideia de liderança está associada a um comando diferenciado que se revela mais nitidamente em situações específicas além da rotina.

“Deve-se levar em conta que não há nada mais difícil de realizar, nem de sucesso mais duvidoso, nem mais perigoso de se lidar, do que dar início a uma nova ordem das coisas” ensinava Maquiavel, ressaltando as dificuldades e os encargos de se promover mudanças.

Em nosso mundo contemporâneo, as mudanças fazem parte da rotina. Intensa ou gradualmente. De qualquer forma, a busca da criação e sustentação de vantagens competitivas traz intrinsecamente a ideia de mudança.

O agente catalisador das mudanças, direta ou indiretamente, é a liderança da organização. Lidar com a mudança é também lidar com a resistência a elas e com o desafio de alinhar forças capazes de avançar na leitura do novo.

A liderança para as mudanças deve evitar uma série de erros, dentre os quais, destaca Kotter, a falta de uma visão, a ineficiência na comunicação e de não levar a atitude de mudar para a dimensão cultural da organização. Esses fatores, se bem administrados, facilitam uma leitura comum pela organização dos desafios a serem enfrentados.

“Liderança não é propriedade do indivíduo, mas um relacionamento complexo entre certas variáveis”. Determinadas estratégias devem ser consideradas, segundo Bennis e Nanus, para que a liderança possa otimizar os recursos humanos nas organizações. Igualmente, destacam a importância de uma visão de futuro inspiradora, a excelência do processo de comunicação e a confiança que as ações podem gerar. Arrematam afirmando que “Liderança parece a reunião de habilidades possuídas por uma maioria, porém usadas por uma minoria” que se revelam mais claramente em momentos cruciais.

Líderes efetivos criam um clima organizacional que promovem desempenho superior. Em quase todos os estudos disponíveis, encontramos a ideia de liderança associada, por um lado, a aspectos de conteúdo cognitivo, mas também a questões de caráter pessoal. Visão inspiradora, capacidade de ouvir, de resistir e perseverar, sensibilidade para identificar o que é prioritário dentre tantas coisas importantes, capacidade de criar um clima favorável para a construção do futuro, ou seja, muitas dessas características são apontadas como diferenciais que delimitam a passagem de um simples gerente para um líder. Aquele que reúne as condições funcionais do cargo, mas é lembrado por outras características que fazem diferença nas horas críticas, esses são os líderes que catalisam mudanças e abrem novas frentes de desenvolvimento.

“Consciência visionária, sensibilidade multicultural, intuição apurada, coragem para assumir riscos e consciência de suas próprias limitações são atributos que estão presentes numa liderança diferenciada”, ensina Neal..

De todo o vasto referencial teórico sobre o assunto, o que dele queremos extrair para contribuir com o objetivo do presente trabalho, repousa nas características de liderança que podem fazer a diferença na criação e sustentação de vantagens competitivas, presentes nas organizações com alta capabilidade dinâmica.

Continua na parte 3.

Por Murilo Sampaio

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